Receita Federal diz, porém, que Brasil está abaixo da média da OCDE.
Carga de países como Nova Zelândia, Reino Unido e Alemanha é maior.
A carga tributária brasileira, que somou cerca de 34% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008, está acima de países como México (20%), Turquia (24%), Estados Unidos (27%), Suiça (29%) e Canadá (32%), informou nesta quinta-feira (2) a Secretaria da Receita Federal.
A comparação, neste caso, é feita com o ano de 2008 porque os dados da carga tributária de outros países, referentes ao ano passado, ainda não foram divulgados, informou a Receita Federal. Nesta quarta-feira, a Receita Federal informou que, em 2009, a carga brasileira teve a primeira queda desde 2006.
De acordo com o Fisco, a carga brasileira, porém, ficou abaixo da média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 35% do PIB. Dados da Receita Federal mostram que a carga é maior em outros países, como Reino Unido (36%), Alemanha (36%), Portugal (37%) e França (43%), entre outros. No caso da Argentina, a carga está em 29,3%.
Em documento entregue aos pré-candidatos à Presidência da República neste ano, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que representa os empresários, pediu redução da carga tributária. Segundo a entidade, o alto valor da carga prejudica a competitividade das empresas brasileiras.
"O sistema tributário brasileiro é um fator de restrição ao crescimento econômico mais acelerado. É eficiente para arrecadar, mas à custa de disfunções que não estão presentes em outros sistemas tributários. Esses problemas são agravados pela elevada carga tributária. O crescimento da carga tributária no Brasil nos últimos 15 anos se explica pelo expressivo aumento das despesas do setor público e pela necessidade de redução do déficit público", avaliou a CNI no documento.
Já para o professor de Economia da Unicamp, Francisco Lopreato, o fato de a carga tributária brasileira ser alta é importante para que o país possa oferecer serviços para a população brasileira, como saúde universal, Previdência Social e programas de distribuição de renda. Ele observou que estes serviços não são prestados em alguns países, mesmo desenvolvidos.
"A carga não é suficiente para termos bons serviços no Brasil. Ainda temos vários problemas de qualidade, que não estão necessariamente ligados com o tamanho da carga tributária, e temos de melhorar isso. O problema é o gasto com juros da dívida pública, que somou R$ 183 bilhões nos últimos doze meses, para beneficiar 20 mil famílias. Enquanto isso, o orçamento do Bolsa Família, por exemplo, é de R$ 14 bilhões e beneficia quase 14 milhões de famílias", disse Lopreato.
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