Érico Bras, do Bando de Teatro Olodum, interpreta o personagem-título

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Orfeu

‘Esta peça é uma homenagem ao negro brasileiro, a quem, de resto, a devo; e não apenas pela sua contribuição tão orgânica à cultura dêste país, - melhor, pelo seu apaixonante estilo de viver que me permitiu, sem esfôrço, num simples relampejar do pensamento, sentir no divino músico da Trácia a natureza de um dos divinos músicos do morro carioca”. Ao escrever o prefácio de “Orfeu da Conceição” em 1956, o então poeta e diplomata Vinicius de Moraes não poderia imaginar que tais palavras diriam tanto sobre o abençoado período de sua vida que ali se iniciava. Cinquenta e quatro anos depois, o musical que marca o início da parceria com Tom Jobim volta a ser encenado em montagem dirigida por Aderbal Freire-Filho, que fará turnê por seis capitais, começando amanhã, dia 9, pelo Rio de Janeiro.
Com uma novidade: à trilha sonora original foram acrescentadas pérolas da dupla compostas posteriormente, como “Chora Coração”, “Serenata do Adeus”
e “Esse seu Olhar”. Elas acrescentam arte à tragédia, adaptada do mito grego, em que a paixão de Orfeu, um sambista, e Eurídice, sua musa, é vitimada pelos
ciúmes de Mira e Aristeu em pleno Carnaval. “A inclusão das músicas realimenta a peça, joga luz sobre ela. Quando ‘Orfeu’ foi encenado pela primeira vez, Vinicius era conhecido como escritor, mas Tom não. Agora, vamos voltar a eles com essa potência que têm hoje, marcas da cultura brasileira”, explica Aderbal, que estudou formas de encaixar as canções na trama junto aos diretores musicais Jaques Morelenbaum Jaime Alem.
Assim como na montagem original, o elenco é formado exclusivamente por negros - o que em 1956 representou a quebra de um tabu no palco do Theatro Municipal. São 18 atores, entre os quais Isabel Fillardis e jovens promessas. Formado pelo Bando de Teatro Olodum, de onde surgiu Lázaro Ramos, Érico Bras interpreta Orfeu meses depois de participar do filme “Quincas Berro d’Água” como Agenor. Ele contracena com as belas Aline Nepomuceno (Eurídice), que protagonizou duas temporadas da minissérie “Ó Paí, Ó”, e Jessica Barbosa (Mira), eleita atriz revelação no Festival de Cinema Negro de São Paulo pelo filme “Besouro”.
Depois da temporada de duas semanas no Rio, “Orfeu” passa por São Paulo (HSBC Brasil, de 23 a 26 de setembro), Brasília (Teatro Nacional, de 8 a 10 de
outubro), Goiânia (Teatro Rio Vermelho, 14 de outubro), Porto Alegre (Teatro do SESI, 22 e 23 de outubro) e Curitiba (Teatro Guaíra, 27 e 28 de outubro).
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